quarta-feira, 6 de março de 2013

comer, amar, orar

Neva em Washington e o Governo federal encerra, as escolas e outras instituições não abrem. O programa da manhã é cancelado. Uma visita ao Supreme Court e um encontro com um responsável da National Rifle Association (NRA) desfeitos por aquilo que mais parecia uma chuva gelada afiada pelo vento, mas não necessariamente neve. Felizmente nem todos os museus fecharam. Por entre as excursões das escolas, consigo ver os vestidos das primeiras damas, mas perdi as luvas de Ali e Cocas, o Sapo.
À hora de almoço já tinha decidido. É hoje que vou escrever sobre comida. O Ben’s Chili Bowl nasceu do sonho de um homem que vendia cachorros quentes e que quis atirar chili para cima de um e inventar uma iguaria. Conseguiu. O Ben’s sobreviveu a tudo. Aos motins que se seguiram à morte de Martin Luther King, quando todas as lojas do bairro foram destruídas, às guerras da droga, à construção do metro. A cada dez anos, acontecia alguma desgraça em torno do lugar protegido por Malcom X, onde Bill Cosby conheceu a mulher e o Presidente Obama come o seu ‘half-smoke’. O sabor não se compara à história, mas mesmo  assim é bom. E também por isso, ainda não foi hoje que escrevi sobre comida.
A discussão sobre o uso de armas com a NRA de que a neve nos privou talvez não tivesse esbugalhado tanto os olhos europeus como a conferência sobre “lobbying”.
 
Acabo o dia a servir refeições a pessoas sem-abrigo numa igreja metodista. Pessoas é muito geral. Eram homens, o abrigo era exclusivamente masculino, a maioria eram afro-americanos. Muito poucos não o eram. O professor Weaver tinha-nos alertado ontem. O ‘melting pot’ resulta melhor para quem pode desaparecer nele, se quiser.

4 comentários:

  1. A adorar este plano americano! Muitos beijos.

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  2. Fico tão contente. Já escrevi blogues que só tu é que lias, lembraste? Beijo grande, amiga.

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  3. Só eu, minha querida? Que crime. Muitos, muitos beijinhos!

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  4. Uma das coisas que me impressionou, ou de que não esta a à espera, quando me aconteceu estar no mesmo lugar que tu a servir as, talvez, mesmas pessoas, foi a facilidade com que consegui estabelecer uma conversa com elas. Preconceitos, imagino, não me levaram a imaginar que seria arrancado literalmente de uma mesa por se ter já tarde demais para ficar.
    Beijos, e isso ainda só agora começou!

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