sábado, 9 de março de 2013

inteligência culinária





 

Pittsburgh não tem uma cozinha ‘própria’, seja lá o que isso for num país que tem abusado das metáforas culinárias para se definir como um ‘melting pot’, uma salada ou a forma para um biscoito. Sendo que a imagem do biscoito é a que contradiz a do pote, ou seja, não foi bem uma mistura de sucesso para todos, correu melhor a quem cabia no molde. Outra vez o professor Weaver do primeiro dia em Washington.

Para mostrar ao mundo que pode oferecer mais do que as especialidades polacas ou húngaras que os seus pais cá deixaram, Pittsburgh puxou da artilharia pesada e usou a inteligência culinária de uma criança. A infância sabe muito de sabores. É como um leitor-devorador que ainda não deixou que fossem os outros a decidir o que ele deve ler. Uma criança sabe o que é bom e está-se nas tintas para o grau de sofisticação que isso envolve. Ou não envolve. E assim nasceu a única sanduiche na América com batatas fritas lá dentro.

Reza a lenda que foi feita para camionistas que não tinham tempo para parar e comer devidamente, sanduiche de um lado, batatas do outro. É um ótimo mito porque não adere um milímetro à realidade. Ninguém consegue conduzir e comer uma sanduiche destas. Simplesmete não há destreza para ambas as atividades. Sobretudo, é uma pena não parar e saborear com tempo e uma boa predisposição para figuras tristes uma sanduiche Primanti.  Altamente recomendável para construir espírito de equipa, não necessariamente uma boa opção para um primeiro encontro.

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