Pittsburgh não tem uma cozinha ‘própria’,
seja lá o que isso for num país que tem abusado das metáforas culinárias para
se definir como um ‘melting pot’, uma salada ou a forma para um biscoito. Sendo
que a imagem do biscoito é a que contradiz a do pote, ou seja, não foi bem uma
mistura de sucesso para todos, correu melhor a quem cabia no molde. Outra vez o
professor Weaver do primeiro dia em Washington.
Para mostrar ao mundo que pode
oferecer mais do que as especialidades polacas ou húngaras que os seus pais cá
deixaram, Pittsburgh puxou da artilharia pesada e usou a inteligência culinária
de uma criança. A infância sabe muito de sabores. É como um leitor-devorador que
ainda não deixou que fossem os outros a decidir o que ele deve ler. Uma criança
sabe o que é bom e está-se nas tintas para o grau de sofisticação que isso
envolve. Ou não envolve. E assim nasceu a única sanduiche na América com
batatas fritas lá dentro.
Reza a lenda que foi feita para
camionistas que não tinham tempo para parar e comer devidamente, sanduiche de
um lado, batatas do outro. É um ótimo mito porque não adere um milímetro à
realidade. Ninguém consegue conduzir e comer uma sanduiche destas. Simplesmete não há
destreza para ambas as atividades. Sobretudo, é uma pena não parar e saborear
com tempo e uma boa predisposição para figuras tristes uma sanduiche Primanti. Altamente recomendável para construir espírito de equipa, não necessariamente uma boa opção para um primeiro
encontro.
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